segunda-feira, 9 de maio de 2011

PSICOLOGIA, EMAGRECIMENTO E NUTRIÇÃO

Comportamento Alimentar como base para a Reorientação Nutricional
Comportamento Alimentar refere-se à ingestão de qualquer alimento. Uma pessoa que tenha comido apenas chocolate hoje se alimentou, mas não se nutriu convenientemente. Nutrição refere-se se alimentar adequadamente em qualidade e quantidade.
O comportamento Alimentar é mais “primitivo”, inconsciente e menos racional que o nutricional, que pode ser considerado mais “inteligente” e cientificamente fundamentado.
O comportamento alimentar precede, é a “matéria prima” para o nutricional. Deveria ser regulada pelo complexo mecanismo fome – saciedade, mas é importante entender que as emoções, a ansiedade, os estados de humor depressivos e outros fatores psicológicos negativos podem alterá-lo profundamente e, conseqüentemente, o comportamento nutricional. Nas orientações nutricionais que visam emagrecimento a pessoa “sabe” o que fazer e o que comer, mas sente-se impotente para fazê-lo. Algo mais forte que sua vontade a impede. Come sem fome sabendo que não deveria fazê-lo, mas o faz e na ausência de prazer. Ao comer tem um alívio provisório da sensação negativa de ansiedade, que volta reforçada pela culpa, levando a pessoa a comer mais, para tornar a diminuir a tensão. A pessoa engorda e passa a evitar toda uma gama de situações e atividades e também as gratificações delas decorrentes. Diminui a atividade física porque engordou, questiona sua aparência e evita ir a lugares onde tenha que se expor fisicamente. Restringe sua vida social e pode tender ao isolamento. Essa reação provoca o afastamento de outras pessoas, mas o gordo parece não perceber que isto se deve ao seu comportamento e não à sua aparência. Sua ansiedade aumenta a solidão que por sua vez reforça a ansiedade. Escasseando os prazeres pela piora da qualidade de vida e crescendo a ansiedade, A COMIDA ASSUME O PAPEL DE “REDUTOR DE TENSÃO” E, muitas vezes, ÚNICA FONTE DE PRAZER!... A auto negação do prazer leva a pessoa a rejeitar seu corpo e a conduz a uma dependência infantil da comida, que passa a simbolizar a satisfação corporal... ESTÁ FORMADO O CÍRCULO VICIOSO... Os mais tênues sinais de ansiedade, antes mesmo de tornarem –se conscientes, podem ser “amortecidos” pelo ato de comer, ACIONADO AUTOMATICAMENTE.
A criança, desde o nascimento, estabelece um vínculo com a mãe através da amamentação. As pri-meiras sensações de ansiedade (sensação desagradável, negativa) são experimentadas quando o bebê tem fome. O alivio da tensão (sensação agradável) é conseguido quando a criança se alimenta (saciedade). Com o crescimento recebe influências da família, da cultura que ajudarão a moldar um “estilo alimentar”, profundamente associado com emoções positivas e negativas e de DIFICILMENTE MODIFICÁVEL APENAS POR PERSUASÃO E INFORMAÇÃO. Exemplos são pacientes que, mesmo motivados e bem orientados por profissionais competentes e que lhes ministram orientação nutricional equilibrada, personalizada e saborosa acabam auto sabotando-a em Algum momento, de forma irracional, demonstrando comportamento alimentar regido por emoções obscuras e não pela razão, e despreparados para a orientação nutricional.
A obesidade torna-se, desta maneira, um uma forma desadaptativa do uso do comportamento alimen-tar na tentativa de encobrir problemas que se tornam progressivamente insolúveis, reduzindo gradativamente as opções de vida da pessoa.
A Psicologia pode e DEVE COLABORAR com a área médico-nutricional, VIABILIZANDO O COMPORTAMENTO NUTRICIONAL ATRAVÉS DO CONTROLE DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR QUE O PRECEDE, atuando de várias maneiras, como levando o paciente a reavaliar o “continuum” fome-saciedade, focando e tratando os ganhos secundários que mantém a pessoa gorda, trabalhando a auto-imagem, freqüentemente prejudicada, tratando as comorbidades associadas à obesidade, como transtorno do humor (Depressão), fobia social, transtornos alimentares, transtornos de personalidade, compulsão alimentar e outros, e particularmente a ANSIEDADE, desvinculando-a do ato de comer, permitindo alterações comportamentais que permitam novo estilo de vida, essencial para a perda de peso e manutenção posterior.

5 comentários: